Miss Violence é um daqueles filmes que te chamam atenção à primeira vista. Assisti ao trailer alguns meses antes e rapidamente ele já estava entre os filmes que eu queria ver algum dia.
O longa começa com uma festa de aniversário infantil, onde todos parecem felizes comemorando junto com uma das filhas da família, que completava 11 anos. No mesmo dia ela se joga da sacada do apartamento e muda o rumo dos acontecimentos. Assim se dá o desenrolar da história: acompanhamos o dia-a-dia da família e tentamos entender o que aconteceu, e o que de tão estranho há entre os que a compõem.
Miss Violence marca a estréia do diretor grego Alexandros Avranas. A estética me lembrou muito Dente Canino (Grécia, 2009). Algumas cenas me remeteram também à Virgens Suicidas, de Sofia Coppola. A primeira cena foi bastante bem construída e muito bem executada, cumprindo seu papel de abrir o longa e nos deixar interessados pelos fatos que virão depois. Porém, o filme diminui bastante seu bom desempenho logo após a primeira meia hora, onde praticamente nada acontece.
O ritmo bastante lento não me incomodaria se fosse acompanhado de bons argumentos, mas vemos ele caminhar de uma boa premissa para lugar nenhum.
Nos últimos trinta minutos de filme o diretor consegue retomar o bom ritmo do início, construindo um desfecho bastante satisfatório. Gosto de filmes que desconstroem qualquer ideia de sociedade perfeita, que jogam no ventilador toda a merda que escondemos debaixo do tapete. O que está por trás da família perfeita e aparentemente normal?
Recomendo Miss Violence pra quem gosta de filmes que fogem do padrão e te inserem numa realidade cruel e meio doentia. Li comentários que diziam que o filme era muito forte e por esse motivo fiquei mais instigada a ver, mas não concordo, em uma escala de 0 a 10 eu daria um 5. Para quem não está acostumado com filmes que exploram temas mais polêmicos, ele pode causar um estranhamento maior.
Até breve,
Rebeca
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