Quando vou escrever sobre qualquer filme, geralmente vejo ou revejo logo antes, para falar com mais propriedade sobre tudo. Com Be Kind, Rewind, de Michel Gondry (um dos meus diretores preferidos de sempre, diga-se de passagem) não achei necessário, pois já vi tantas vezes que assim, do nada, me veio em mente escrever sobre. Um filme que para muitos foi visto como desastroso, para outros nem tanto, mas para mim, ele é incrível. In-crí-vel. Porque?
1. Mos Def , Jack Black e Melanie Diaz (uma moça não muito conhecida, mas de papel importantíssimo)
2. Videolocadoras, que saudade
3. Direção do Michel Gondry. Roteiro, idem. Que delícia.
4. Danny Glover interpreta um tio tão mas tão bacana que é difícil até de descrever
5. As loucuras do Gondry
Esse filme é como uma declaração de amor do diretor pelo cinema, pela criação e respeito pelo legado e história do cinema. Principalmente Blockbusters, o que o torna ainda mais acessível, divertido e leve. Convenhamos: todo cinéfilo cult começou com um Blockbuster. Aquele filme clássicão da Sessão da Tarde, um mega sucesso de bilheteria da infância/adolescência.
O filme se passa em uma locadora de VHS falida com a chegada dos DVDs, e a luta de seu dono para não fechar as portas. Mike (Mos Def) é sobrinho do dono e trabalha na locadora, tendo como seu amigo o desastrado Jerry, interpretado por Jack Black. Jerry um dia foi exposto a uma radiação em seu trabalho, e ao ter contato com as fitas de vídeo, acaba deletando todo o conteúdo delas. Mike e Jack então resolvem regravar o conteúdo dos filmes de forma caseira, com a ajuda de Alma.
Dentre os filmes regravados estão Conduzindo Miss Daisy, 2001 - Uma Odisseia no Espaço, Ghostbusters (meu remake favorito :P), MIB - Homens de Preto, entre outras produções. O que me faz gostar de um jeito especial deste filme é a forma com que tudo é abordado: leve, despretenciosamente, como uma grande brincadeira. Os movimentos de câmera e o estilo de filmagem, propositalmente "amadora" me fizeram sentir mais chegada ao enredo e desenvolvimento. Acho incrível quando um filme consegue romper essa barreira, fazendo existir quase que uma relação de amizade entre espectador e personagem.
O mais bonito é que dentre toda essa bagunça existe uma sincera, criativa e honesta homenagem ao cinema. O personagem de Danny Glover, dono da videolocadora, é um por levar adiante a cultura de seu bairro através do cinema. É tão bonito de ver. O final é de encher os olhos. Nostalgia é a palavra de ordem. Arrepios de nostalgia, do começo ao fim.
Até breve,
Rebeca .:.
